O delegado da Polícia Civil de Humaitá, no interior do Amazonas, foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (21/11), suspeito de envolvimento em um esquema criminoso de corrupção no município. Além dele, o Secretário Municipal de Infraestrutura e um advogado também são alvos da polícia, no entanto, os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela PF.
As ações da Operação Triunvirato ocorreram simultaneamente em Manaus e nos municípios de Itacoatiara e Humaitá, visando a coleta de provas e a desarticulação completa do grupo criminoso. A Operação cujo objetivo de desarticular um esquema criminoso envolvendo a venda ilegal de bens apreendidos, como madeira e cassiterita, além de pagamento de propina e lavagem de dinheiro em Humaitá.
De acordo com a PF, a investigação revelou que o delegado, o secretário e o advogado utilizavam-se de suas posições de confiança para desviar e comercializar bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e que eram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Humaitá.
Naquela unidade policial, então, os proprietários dos carregamentos apreendidos, através do advogado alvo da operação, realizavam pagamento de propina, parte do qual era destinado ao Delegado de Polícia investigado, com o fito de reaver seus bens.
Para garantir o sucesso da empreitada criminosa, além de ludibriar o Ministério Público e o Poder Judiciário, os envolvidos simulavam a destinação das apreensões à Secretaria Municipal de Obras em Humaitá, em conluio com o secretário da pasta.
O trabalho investigativo apontou, ainda, a venda ilegal de aproximadamente três toneladas de cassiterita, minério responsável para produção de estanho, os quais também estavam sob custódia da Polícia Civil.
Entre os métodos fraudulentos, destacava-se a utilização de empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ilícitos. O esquema gerou prejuízos significativos ao patrimônio público e ao meio ambiente.
A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva expedido em desfavor do Delegado de Polícia Civil, além da determinação de sequestro de bens, que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões, valores estes obtidos pelos criminosos.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que poderão chegar a 34 anos de reclusão.
Informações: onda digital