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Anvisa suspende uso de medicamento de R$ 17 milhões após mortes nos EUA

ByPor Redação

jul 25, 2025

Medida preventiva visa proteger pacientes brasileiros após casos fatais de insuficiência hepática ligados ao remédio Elevidys, usado no tratamento da distrofia muscular de Duchenne

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente a comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso do medicamento de terapia gênica Elevidys (delandistrogeno moxeparvoveque) no Brasil. A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial da União na quinta-feira (24/7), foi tomada como medida de precaução, após relatos de mortes associadas ao remédio nos Estados Unidos.

O Elevidys, considerado um dos medicamentos mais caros do mundo — podendo custar até R$ 17 milhões —, é indicado para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética rara e degenerativa que afeta principalmente meninos. No Brasil, seu uso foi autorizado apenas para crianças entre 4 e 7 anos que ainda conseguem andar.

A medida da Anvisa se baseia em informações da FDA (agência reguladora dos EUA), que notificou três óbitos relacionados ao uso de terapias gênicas com o mesmo vetor viral utilizado no Elevidys. Dois dos casos envolveram adolescentes com DMD em estágio avançado da doença, que receberam o medicamento fora das indicações aprovadas (uso off-label). Ambos desenvolveram insuficiência hepática aguda, com evolução para óbito.

Apesar de não haver registro de reações graves ou mortes no Brasil e do uso do medicamento aqui estar mais restrito, a Anvisa decidiu pela suspensão temporária como uma atitude preventiva. Segundo a agência, o objetivo é:

  • Proteger a saúde dos pacientes brasileiros;
  • Avaliar com profundidade os novos dados de risco hepático reportados no exterior;
  • Revisar e, se necessário, ajustar os protocolos de segurança e monitoramento clínico do tratamento.

O Elevidys foi aplicado pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro de 2025. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) fixou o valor máximo em R$ 11 milhões, tornando-o o remédio mais caro disponível no país.

Por se tratar de um medicamento inovador, complexo e de uso restrito, a Anvisa reforça que qualquer incerteza sobre sua segurança exige ação regulatória imediata. A suspensão se manterá até que os riscos estejam completamente esclarecidos e medidas adicionais, se necessárias, sejam implementadas.

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