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Bumbá Garantido apresenta grande espetáculo relembrando vários sucessos

ByPor Redação

jul 1, 2023

O que você vai ler:

– Bumbá Garantido entrou na arena apostando no saudosismo e explosão inicial;

– Cunhã-Poranga teve problema com vestimenta e Sinhazinha pouco tempo de apresentação;

– Adriano Paketá, o Pajé, segue sendo o ponto alto do bumbá;

Parintins (AM) – Apostando na nostalgia e em um início potente, o Boi-Bumbá Garantido apresentou, na noite desta sexta-feira (30), o espetáculo “A vida depende da vida”, a primeira parte do show “Garantido Por Toda a Vida”. Recorrendo a alguns de seus maiores sucessos, desta e de outras décadas, o bumbá entrou ‘tremendo a terra’ para mostrar que faria uma apresentação muito acima do ano anterior, mesmo apresentando alguns problemas que podem custar alguns pontos, dentre eles o estouro do tempo.

Iniciando com versos de João Paulo Faria, o amo convidou o publico para mais noite de espetáculo na ilha da magia. Foi ele quem trouxe para a arena o apresentador Israel Paulain, que chegou ao lado de duas costureiras e do próprio boi-bumbá, seguidos pelos demais trabalhadores que fazem a magia por trás das alegorias encarnadas.

 Sebastião Junior, em uma versão quase que xamânica carrega um bebê predestinado, que teria seu nome definido apenas anos depois. Ele narra a história de um homem indígena que luta pelo se povo e ganha o nome de Raoni, o guerreiro onça, que ganha contornos de jovialidade e fúria na ‘intepretação’ trazia à arena pelo pajé Adriano Paketá, que apareceu com um bastão digno de uma ficção cientifica. 

Sempre bem e dominando o público que lhe assistia, o pajé do Garantido mostrou ao mundo o peso narrativo e simbólico de ‘Nominação Kaiapó’, que contou com a já esperada participação daquele que inspira obra, Raoni Metuktire, em breve – mas importante – aparição. A colossal alegoria apresentada na arena, representando a vida do indígena, com sete módulos acabou tendo um problema e demorou para entrar em cena, mas acabou sendo completada a tempo do ritual.

Pouco tempo depois da primeira alegoria, entrou em cena outro aspecto da ‘vida’ trazida pelo Boi da Coração: a concepção da própria, exigida por meio de um ventre. Essa foi a deixa para a entrada da cunhã-poranga, Isabelle Nogueira, que mostrou a força das amazonas das margens de Nhamundá, indo desde a encenação do ato sexual juntamente com Sebastião Junior – em uma ode ao desejo feminino – ao confronto com os colonizadores, como o Franciso Orellana. 

Claramente mais à vontade dentro de seu item, a cunhã-poranga teve espaço para mostrar a importância e a força da vida feminina. Talvez o grande destaque feminino da noite, principalmente pelas alegorias em que surgiu, a Cunhã voltou a arena no alto de uma colossal alegoria, interpretando a primeira mulher criada por Wasiry (filho deus Monã), com o qual se uniu, consolidando a “Gênese Maraguá” (retratada na alegoria). Nesta segunda entrada, a artista acabou tendo um problema com sua indumentária, quase ao fim de sua apresentação, deixando parte de seus seios a mostra.

Outro ponto alto da apresentação foi Demerson D’alvaro, vindo do Rio de Janeiro para dar vida ao curandeiro que protagoniza o ato “Curandeiros da Amazônia”, tendo também como destaque a alegoria que retratava os mais diferentes ‘médicos’ existentes na Amazônia. 

Edilene Tavares, a rainha do folclore, entrou na arena durante o ato ‘Aquarela da Amazônia’, em uma referência a harmonia com a mãe terra, tudo refletido em uma alegoria fazendo referência a mulher se transformando em um tipo de flor. Além dela, outra que teve bastante espaço dentro do espetáculo foi a porta-estandarte Lívia Christina, que entrou em cena durante o ato Clamor do Terra, um dos últimos a entrar na arena.

Quem teve pouco tempo para se apresentar foi Valentina Coimbra, a sinhazinha da fazenda, que entrou em cena nos últimos cinco minutos de apresentação e pouco pode mostrar, concluindo a apresentação do bumbá, aparentemente, de forma rápida e confusa.

Também com pouco tempo de apresentação, mas mandando o seu recado, esteve o amo do boi, João Paulo Faria, que aproveitou suas raras entradas no show para falar sobre a superação do bumbá e questionar, de forma provocativa, a origem do Boi-Bumbá Caprichoso. Destaque para os versos em que chama do Touro-Negro de ‘Gitinho’ e seus torcedores de ‘mauricinhos’.

Por fim, em uma apresentação correta – para dizer o mínimo – de Sebastião Junior (principalmente em seu início) e o sempre efusivo Israel Paulain, o Bumbá mostrou que há vida no Garantido, que ao se apresenta melhor que no festival passado.

Fonte: A acritica

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