Parintins (AM) – A segunda noite de apresentação do boi Caprichoso celebrou as diversas formas de resistência do Touro Negro da América. O espetáculo, que levou o subtema “Resistência: A Força da Nossa Existência” ecoou brados de resistência como, a Cabanagem, a luta pela demarcação dos direitos e dos quilombos amazônicos, os yanomamis e a luta dos movimentos sociais. O espetáculo finalizou dentro do tempo regulamentado. O boi da estrela também fechará a última noite do 56º Festival Folclórico de Parintins.
A primeira aparição do boi da estrela foi do alto. Ele adentrou a arena pelo módulo aéreo, ao lado do levantador Edmundo Oran e do Sanfoneiro. Cleise Simas, a Rainha do Folclore, saiu de dentro da alegoria que representava a Lenda Amazônica “Veleiro Cabano”, para a tão esperada evolução.

Após sua evolução, todos os olhares se voltaram para o alto, onde estava posicionado o módulo com cavalinhos. E enquanto a vaqueirada se posicionava ao fundo da arena, os guardiões dos bois Caprichosos, e os cavalinhos chegavam na arena do bumbódromo, Pai Francisco, Mãe Catirina e Gazumbá.E a vaqueirada evolui ao som das toadas “Sou Vaqueiro do Meu Boi” e “Somos Vaqueirada”.
As Tribos se posicionam ao fundo da arena e o levantador, Patrick Araújo, conduziu as tribos indígenas. O espetáculo coreografado iniciou com a toada “Caminhando e Cantando”, para o início da toada de evolução das tribos.Das arquibancadas, a galera jogava flechas para o alto.

O Prince do Caprichoso versou pela segunda vez na arena e a galera azul e branca acompanhava, cantando o refrão “brilhou, reluziu, Caprichoso é a estrela do Brasil”. A figura típica regional homenageou os Quilombolas da Amazônia.
A porta-estandarte, Marcela Marialva, evoluiu ao som da toada “Deusa da Paixão”. A dona do pavilhão carrega o estandarte que representa todos que lutaram e lutam pela resistência.
Execução da Exaltação Cultural
A alegoria se transformou e do alto dela surgiu o boi Caprichoso, conduzido por São Benedito, içado no guindaste, à Arena do Bumbódromo, onde evoluiu ao som da toada “Boi de Negro”.
Valentina Cid, a Sinhazinha do Boi Caprichoso, chegou ao som de “Eu Vi Mamãe Oxum na Cachoeira”, entoada por Paula Gomes. A indumentária azul e amarela, que dava forma a uma sereia, de repente se transformou em um brilhante vestido branco, assinado pelo artista Kaleb Aguiar. E a evolução dela, que defende o item 7, seguiu os passos tradicionais de bailarina do boi da estrela.

Rito de Resistência Hutukara Yanomami
Um recado para as lideranças indígenas Davi e Dario Kopenawa, “Onde você estiver saibam que estamos em luta, junto com o povo Yanomami”, foi assim que iniciou o tributo ao povo. Na sequência, Patrick Araújo performou ‘Hutukara Yanomami – Um Canto Para Davi Kopenawa.

Cunhã-Poranga
Uma enorme alegoria em formato de coruja, içada no guindaste, conduziu a cunhã-poranga Marciele Albuquerque ao chão da arena. Do alto, a nativa munduruku já se movimentava; E, ao pisar no chão do bumbódromo, evoluiu com seus passos característicos tribais. No corpo, as pinturas corporais de jenipapo chamavam atenção do público presente.

Os tuxauas evoluíram na arena com suas indumentárias confeccionadas com palha e cipó. A apresentação seguiu com Patrick Araújo cantando a toada ‘Feito de Pano e Espuma’, com a participação do coral em libras do Liceu de Artes de Parintins, mostrando que o boi Caprichoso valoriza a inclusão. Das arquibancadas, luzes azuis e brancas iluminavam o espetáculo.
Ritual indígena
O ritual indígena foi um dos pontos altos nesta segunda noite de apresentação do boi Caprichoso. Uma grande alegoria com vários módulos se transformavam até a aparição do Pajé. Do alto, no guindaste, um módulo segurava duas ‘cabeças’. A cênica da evolução do ritual indígena, que surpreendeu quem estava na arena,é de Fabiano Baraúna
Fonte: A acritica
