A Ciranda Tradicional brilhou na segunda noite do 27º Festival de Cirandas de Manacapuru, neste sábado (30), ao apresentar o espetáculo “Sapucai’Ay: O Grito que Vem das Águas”, no Cirandódromo do Parque do Ingá.
A performance reuniu alegorias grandiosas, cores vibrantes e recursos tecnológicos inéditos, como o uso de hologramas, para levar à arena uma mensagem de resistência frente às mudanças climáticas, exaltando a força de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
Logo na abertura, a representação de uma criança indígena pedindo pela preservação das águas emocionou a plateia. O cordão de entrada trouxe brincantes caracterizados como seres encantados e aquáticos, embalados por um balé aéreo que ampliou a experiência cênica do espetáculo.
A conexão com o público foi intensificada pela Torcida Organizada Tradicional (TOT), que conduziu o cordão principal das arquibancadas até a arena, criando um dos momentos mais vibrantes da noite.
Combinando efeitos pirotécnicos, jogos de luzes e referências religiosas, o espetáculo também destacou a representação de Oxum, orixá das águas doces, em uma das passagens mais impactantes da apresentação.
Para a Cirandeira Bela da Tradicional, Maylin Menezes, o resultado refletiu meses de dedicação:
“A gente teve muita preparação, muita pesquisa, um trabalho não só de coreografia, mas cênico também, para que a gente pudesse unir os dois sem descaracterizar o orixá. E eu acredito que a gente fez tudo que estava programado e, agora, é claro, é esperar o resultado positivo.”
Estreando como personagem, Karina Diaz destacou a emoção de viver a Mãe Benta:
“Eu sabia que a gente vinha com um tema das águas, então meu primeiro reflexo foi: eu preciso representar minha cultura, minha cor e minha religião.”
O 27º Festival de Cirandas de Manacapuru chega ao fim neste domingo (31), com a apresentação da Ciranda Flor Matizada, às 21h, no Cirandódromo. A noite de encerramento ainda terá shows de Delírios do Samba e Mikael e Banda, celebrando o fim da edição 2025 do festival.