A Instituição Cultural e Educacional Arte Sem Fronteiras está em Assunção, capital do Paraguai, para participar do 23º Encontro Internacional de Dança e Artes Contemporâneas, evento que reúne artistas, produtores culturais, estudantes e adeptos da dança da América Latina e de toda a Europa. Nesta quarta-feira, 7, a companhia amazonense fará a primeira das duas apresentações previstas na programação da conferência: a oficina “Boi de Quilombo”, projeto que promove a relação entre a dança e a cultura do Boi Bumbá de Parintins.
A oficina acontecerá na Praça da Democracia, localizada na capital paraguaia, e será ministrada pelo autor do projeto e fundador do Arte Sem Fronteiras, Wilson Júnior. Para o coreógrafo, o Boi de Quilombo visa fomentar a mistura das culturas africanas e indígenas presente na cultura do boi bumbá amazonense.
“O Boi de Quilombo nasceu com esse objetivo de trabalhar a preparação técnica do bailarino e o boi bumbá, juntamente com as questões culturais e populares existentes no Norte e no Brasil. Desta forma, a gente promove a magia das culturas africanas e indígena da nossa região e intensifica o diálogo entre os povos tradicionais”, afirma Júnior.
Cabocla Jurema
Já no sábado, 10, é a vez do espetáculo “Cabocla Jurema”, performance que apresenta uma entidade religiosa, mãe protetora da natureza, associada ao culto das árvores sagradas. A apresentação terá duração de sete minutos e será feita pelo coreógrafo Bruno Sousa, em movimentos que se materializam numa conexão entre os planos material e espiritual.
“A Jurema é um ancestral da mata que representa muito a nossa essência, as nossas raízes enquanto cultura popular. A performance do Bruno traz para cena uma corporeidade que é muito peculiar do Norte e que iremos apresentar dentro de um festival tão importante como esse”, explicou Wilson.
Visibilidade
Wilson Júnior destacou a importância de participar do 23º Encontro Internacional de Dança e Artes Contemporâneas, que acontece de 2 a 16 de agosto em Assunção. Organizado pela Associação Cultural Crear En Libertad, o evento internacional acontece de forma anual e proporciona um encontro entre artistas, coreógrafos e estudantes da dança, além de promover uma rede entre criadores, produtores e gestores culturais de todo o mundo.
“É um festival que trabalha muito essa linha de fomento e de oportunidade aos artistas independentes, produtores e gestores culturais do Paraguai e de toda a América Latina. Existe toda uma questão de visibilidade, além de parceria com tantos outros eventos pelo mundo afora, então participar de um festival tão grandioso como esse é muito importante para o Arte Sem Fronteiras”, finalizou.
Texto: Dayson Valente (92 98138-8584)
Fotos: Jefferson Viegas