A Polícia Federal apreendeu 51 cheques, totalizando R$ 21,5 mil, ligados à campanha do governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), candidato à reeleição, entre a tarde de sexta-feira (30) e na manhã deste sábado (1º). Segundo a corporação, os valores eram acompanhados de “contratos suspeitos” e “genéricos”. A Polícia Federal diz, em comunicado, que “apreendeu, na tarde da sexta-feira (30/9), no Aeroclube do Amazonas, contratos suspeitos, material de divulgação de campanha e diversos cheques irregulares supostamente destinados à campanha de candidato ao cargo de Governador do Estado”. No comunicado, a entidade não diz a qual campanha de governador os cheques estão ligados.

Mas, ao entrar em contato com o advogado de Wilson Lima, Ney Bastos, UOL confirmou que os cheques são de sua campanha. A primeira apreensão aconteceu na tarde de sexta-feira no aeroclube do Amazonas, em Manaus (AM). Foram “contratos suspeitos” e “genéricos” com prestação de serviço para o dia 2 de outubro, o domingo das eleições. Os contratos eram para o município de Barreirinha (AM), que fica a leste de Manaus, trajeto que pode ser percorrido em uma hora de voo. Havia 38 cheques que somavam R$ 20 mil, além de material de campanha, cartazes, panfletos e santinhos do candidato. Tudo estava com um assessor eleitoral do candidato, que foi levado para prestar depoimento.

A Polícia abriu um inquérito. Hoje pela manhã, houve nova apreensão de cheques, desta vez no aeroporto de Manaus. Foram 13 cheques no valor de R$ 120 e mais 13 contratos. O advogado da campanha de Wilson Lima, Ney Bastos, disse ao UOL que as duas apreensões de cheques não revelam compra de votos. Os cheques seriam recursos para pagar os fiscais que atuarão no domingo (2). Ele afirmou já entrou com vários pedidos para que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) ordene que a Polícia Federal devolva os valores à campanha. UOL obteve cópias dos pedidos da defesa. O advogado Ney Bastos afirmou que o dinheiro também iria para pagar fiscais em Barreirinhas.
Segundo ele, a PF acredita que os contratos são suspeitos e genéricos porque não foram emitidos pela campanha do partido União Brasil, a sigla de Wilson Lima. Bastos contou que a campanha contratou uma empresa para fazer a administração dos pagamentos, a F. de L. Maciel Eireli, pela qual os cheques foram emitidos. Os advogados da campanha afirmaram ao TRE do Amazonas que essa empresa fará “serviços de mão de obra (fiscais e delegados), transporte de material, credenciamento, alimentação, dentre outros” no primeiro turno das eleições. Os cheques eram endereçados aos fiscais da campanha, segundo Barros.