Depois de diversas revelações repercutirem na mída na última semana, o livro de memórias do príncipe Harry, “Spare”, enfim chega às livrarias e marketplaces.
A obra também terá uma versão em áudio, gravada pelo próprio príncipe.
Em inglês, “Spare” se refere a algo que é usado como reserva, estepe ou segunda opção. Segundo o jornal britânico Daily Mail, trata-se de uma referência ao rótulo dado ao duque de Sussex como o príncipe “extra”, comparando-o ao seu irmão William, herdeiro do trono.
No Brasil, o livro ganhou o nome “O Que Sobra” e será distribuido pela editora Objetiva na versão física e online.
Na obra, o príncipe Harry conta momentos marcantes de sua vida, desde a morte da sua mãe, a princesa Diana, em 1997, até a despedida de sua avó, a rainha Elizabeth II. Ele faz revelações nos mínimos detalhes, antes nunca contadas, sobre certas situações.
Alguns veículos de imprensa tiveram acesso prévio e divulgaram algumas histórias contadas pelo duque de Sussex em “Spare”. Veja abaixo o que já se sabe sobre o conteúdo do livro de memórias de Harry.
Agressão de William
Segundo jornalistas do The Guardian, que tiveram acesso ao livro, o príncipe Harry acusou seu irmão, William, de agredi-lo fisicamente durante uma discussão sobre sua esposa, Meghan Markle, em 2019.
A briga teria acontecido após uma conversa entre os irmãos, na qual William teria chamado a duquesa de Sussex de “difícil”, “rude” e “abrasiva”, segundo o The Guardian.
“O confronto aumentou até que William “me agarrou pelo colarinho, rasgou meu colar e… me jogou no chão’”, relatou a publicação.
Harry alegou que o irmão o atacou depois que ele lhe ofereceu água e tentou esfriar uma troca verbal acalorada, de acordo com o The Guardian.
“Ele abaixou a água, me chamou de outro nome e depois veio até mim. Tudo aconteceu tão rápido. Muito rápido. Ele me agarrou pelo colarinho, rasgou meu colar e me jogou no chão. Aterrissei na tigela do cachorro, que rachou sob minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para sair”, segundo o artigo, citando a obra.
Segundo o The Guardian, o duque de Sussex disse no livro que irmão o incentivou a revidar, mas ele se recusou a fazê-lo.
William teria saído, mas depois voltado, “parecendo arrependido” e se desculpou, segundo o artigo do Guardian, citando o livro.
Fantasia nazista
Já o Page Six, uma revista inglesa, revelou outro relato de Harry em seu novo livro.
Segundo a publicação, Harry teria revelado que William e Kate o incentivaram a usar o traje nazista – que tanto causou polêmcia à época – em uma festa em 2005.
A foto em que ele usa uma roupa de soldado com uma suástica estampou a primeira página de um dos principais jornais do Reino Unido, The Sun.
De acordo com a revista, o duque de Sussex disse que tinha duas opções para a festa: uma roupa de piloto e a de soldado nazista.
“Telefonei para William e Kate, perguntei o que eles achavam. Uniforme nazista, eles disseram”, escreveu Harry.
Uso de drogas
De acordo com a Sky News, em “Spare”, Harry contou que seu pai, o rei Charles III, o mandou para um centro da reabilitação de drogas por um dia em sua adolescência.
Em 2002, aos 16 anos, ele enfrentou acusações de consumo de álcool e maconha, o que levou a decisão monarca.
No livro, segundo a emissora, Harry teria admitido também ter usado cocaína aos 17 anos.
“Claro que eu estava usando cocaína naquela época. Na casa de alguém, durante um fim de semana de caça, me ofereceram uma linha e, desde então, comi mais um pouco”, teria escrito Harry, conforme a publicação.
Primeiro encontro após o afastamento
Harry relatou a primeira vez que visitou o Reino Unido depois de deixar o cargo de membro sênior da realeza em abril de 2021 para o funeral do avô, o príncipe Philip.
O duque de Sussex diz que embora tenha voltado para casa específica e exclusivamente para o funeral do avô, enquanto estava lá, ele pediu um encontro com irmão, o príncipe William, e com o pai, agora rei Charles III, para conversar sobre o estado das coisas.
Também foi primeira vez que o duque se reuniu com os familiares desde que ele e Meghan conversaram com Oprah Winfrey.
Ele diz que ele descobriu que o irmão e o pai “vieram prontos para uma briga”.
A recontagem de Harry sugere que as tensões com William permaneceram altas e citou Charles implorando a seus filhos para não “tornar meus últimos anos uma miséria”, de acordo com o livro de memórias.
Mortes no Afeganistão
O príncipe Harry revelou que matou 25 pessoas no Afeganistão, onde esteve em duas ocasiões como controlador aéreo, em 2007 e 2008, e copiloto artilheiro em helicópteros de ataque, em 2012.
“Não foi uma estatística que me encheu de orgulho, mas também não me deixou envergonhado”, escreveu Harry, de acordo com a versão em espanhol do livro.
“Quando me vi mergulhado no calor e na confusão do combate, não pensei naqueles 25 como pessoas. Eram peças de xadrez removidas do tabuleiro, pessoas más eliminadas antes que pudessem matar pessoas boas”, acrescentou.
Saúde da rainha
O duque de Sussex contou que seu pai, o rei Charles III, o ligou em setembro dizendo que o estado de saúde da rainha Elizabeth II “tinha mudado”.
Segundo o relato em “Spare”, ele recebeu outra ligação do pai, dizendo-lhe era bem-vindo ao Castelo de Balmoral, onde a monarca estava, mas que sua esposa, Meghan, não.
Além disso, Harry disse que enviou uma mensagem ao irmão sobre o assunto, mas não obteve resposta.
O príncipe disse que passou a maior parte do tempo em seu voo para a Escócia relembrando a última vez que falou com sua avó.
“Quatro dias antes, longa conversa ao telefone. Nós falamos sobre vários tópicos. A saúde dela, claro”, contouHarry.
Quando pousou, Harry disse que recebeu uma mensagem de Meghan pedindo para ele ligar para ela e então ele checou o site da BBC.
“A vovó se foi. Papai era rei”, escreveu ele.
Harry relevou que quando foi se despedir do corpo da rainha sussurrou para a monarca que esperava que ela fosse feliz e que agora ela estava com seu falecido marido, o príncipe Philip.
Túnel de Paris
Harry revelou que recriou o caminho da princesa Diana no túnel em Paris, onde ela e mais duas pessoas morreram após um acidente de carro.
Durante uma passagem pela cidade, ele contou que perguntou ao motorista se ele conhecia o túnel Pont de l’Alma.
O duque pediu para ele dirigir a 104,6 quilômetros por hora – “a velocidade exata que o carro da mamãe supostamente estava dirigindo, de acordo com a polícia, no momento do acidente”.
“Sempre imaginei o túnel como uma passagem traiçoeira, inerentemente perigosa, mas era apenas um túnel curto, simples e sem frescuras”, disse Harry, acresentando que “não havia razão para alguém morrer dentro dele”.
*Com informações de Angus Watson, Lauren Kent, Lauren Said-Moorhouse, Max Foster e Mick River, da CNN, e Reuters
Via; CNN Brasil