A presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins denunciou o conselheiro Ari Moutinho, após o mesmo proferir palavras de baixo calão contra a presidente eleita. O caso aconteceu durante a eleição para definir o novo presidente do TCE na última terça-feira (3).
Um vídeo compartilhado nas redes sociais, mostra o momento em que o conselheiro profere as palavras de baixo calão contra Yara. Em coletiva de imprensa, a presidente falou sobre o ocorrido e afirmou que se sentiu covardemente agredida.
“Nesse momento estou aqui como mulher. Uma mulher que foi covardemente agredida dentro do plenário antes da eleição para me desestabilizar eu quando estava no plenário. Eu fui cumprimentar o conselheiro Auri e disse ‘bom dia’ e ele me disse ‘bom dia nada, safada, puta, vadia’. Ele me ameaçou dizendo que ia me ‘fuder porque lá a Lindoura do Ministério Público (MP), lá no STJ você vai ver’”, disse Yara Lins em coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral.
A conselheira disse ainda em coletiva que espera que a justiça seja feita sobre o caso.
“Então eu acredito na justiça de Deus. Acredito na imprensa do meu estado e nas autoridades do meu Estado e do Brasil. Eu peço justiça. Porque eu sou a única mulher. A única conselheira do tribunal que representa as servidoras da minha instituição. Eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor para que acabe com a violência contra as mulheres. Fui agredida dentro da minha função. Depois que eu fui agredida eu fiquei paralisada e passei a mão no rosto dele e disse que ‘ele era um infeliz e por isso que sofre tanto’ e ele sarcasticamente jogou um beijo pAra mim. Depois na sessão, na minha fala, eu agradeci a Deus dizendo que tudo ‘posso naquele que me fortalece que eu só temos a Deus, não temo a homem e nem a ameaça’ e ele gritou da tribuna AMÉM”, relatou a conselheira.
A advogada de defesa de Yara Lins, Catarina Estrela esteve durante a coletiva e enfatizou em quais artigos os crimes se caracterizam.
“Se verifica três crimes. Uma injúria que ela foi xingada. Verifica também o crime de ameaça e de tráfego de influência. De dizer que tinha no STJ uma influência”, disse a advogada.
“Foi uma conduta criminosa ocorrida e a lei pune pessoas que cometem crime e deve portanto sofrer competências tanto administrativa, criminal e civil. Portanto, tudo isso se inicia hoje. A doutora Yara se apresenta como vítima de violência dentro do seu trabalho”, enfatizou a delegada.
De acordo com a advogada de defesa de Yara Lins, essa é a primeira vez que Auri fez isso diretamente com ela no plenário. Mas o comportamento do conselheiro com outros servidores e autoridades já foi questionado e ele já foi agressivo.
Foi feito uma representação criminal e os órgãos de controle podem seguir com as investigações.
Veja vídeo:
Fonte: D24am