“Estou vivo, mas estou no meio da terra, no cantinho do que sobrou do caminhão”, diz vítima em vídeo gravado logo após tragédia
Gravado instantes após o deslizamento, vídeo da primeira vítima resgatada após o deslizamento da BR-376 viralizou nas redes sociais. Emocionado e ainda dentro do veículo, caminhoneiro descreve momento em que ficou preso no local.
“Estou vivo, mas estou no meio da terra, no cantinho do que sobrou do caminhão”, diz o caminhoneiro José Altair, 43 anos, logo após ser arrastado pela terra. A emoção toma conta do motorista, pois, apesar do susto, José saiu com vida do local.
Ainda no vídeo, o caminhoneiro relata estar ferido, com alguns machucados e dores. Ele foi resgatado ainda na noite de segunda-feira (28) e, na sequência, foi levado ao Hospital São José de Joinville. O caminhoneiro recebeu alta na manhã do dia seguinte.
O Hospital Municipal São José, de Joinville, já se mobilizou para receber pacientes. Ativou um plano de catástrofe, para atendimento de múltiplas vítimas.
Bombeiros fala do resgate
O bombeiro de Joinville Carlos Dresch conta que o veículo de José estava atrás de um caminhão baú, que comprimia a cabine da vítima. Por sorte, o caminhão de José não estava totalmente coberto pela terra, o que possibilitou sua saída.
“Havia terra em ambos os lados, mas não estava soterrado totalmente. Tinha um canto que estava parcialmente, onde conseguimos passá-lo e retirá-lo”, conta o socorrista.
O socorrista acompanhou os trabalhos na ocorrência durante a segunda-feira (28). Dividida as equipes, ele foi uma das pessoas que realizou as primeiras buscas no local de maior deslizamento.
Após algumas horas de varredura, José foi localizado pela equipe e Carlos. Segundo o bombeiro, o caminhoneiro estava preso na cabine. “Conseguimos atendê-lo e tirá-lo”, conta.
A ocorrência era de alta complexidade e cansativa, relata o bombeiro. “Atendimento na parte noturna com baixa iluminação, também estivemos dificuldades com a chuva e o contínuo deslizamento de terra, que há risco constante para as guarnições”, explica.
“Seguimos em todo o terreno onde fizemos mapeamento e graças a Deus tivemos êxito em um sobrevivente, mas infelizmente ainda há muita gente que precisa ser retirada”, finaliza.